A reconstrução do complexo aréolo-papilar pode ser considerada a última etapa de uma reconstrução mamária completa e tem uma função estético-psicológica de grande importância para a mulher.
A reconstrução mamária se dá a partir de casos de neoplasias da mama, ou seja, crescimento desordenado das células que levam ao câncer, uma das doenças mais temidas pelas mulheres.
Tal intervenção cirúrgica não é obrigatória nem faz parte do tratamento contra o câncer em si, ela tem na verdade uma função mais ligada a autoestima feminina, mas nem por isso é menos importante.
A mama
Para entender o que é a reconstrução do complexo areólo-papilar, vamos entender um pouco da anatomia da mama feminina.
As mamas são compostas por três arranjos principais: a pele, o tecido subcutâneo e o tecido mamário propriamente dito. Elas se apresentam aos pares nas mulheres e se encontram na parte superior do tórax, sobre o músculo peitoral maior e vão da segunda à sexta costela.
Na parte externa em seu centro temos a aréola, com forma arredondada e coloração mais escura, e as papilas que são pequenos furos, quase imperceptíveis, no mamilo onde desembocam os ductos lactíferos. Em volta do mamilo se encontram as glândulas areolares ou glândulas de Montgomery, responsáveis por manterem o mamilo lubrificado.
Toda essa estrutura é passível de reconstrução mamária.
A relação da mulher com as mamas
As mamas são, talvez, uma das partes do corpo da mulher que mais representam o conceito de feminilidade, tanto pelo papel que desempenha na sedução e no sexo quanto na maternidade no que tange a amamentação.
Do ponto de vista biofisiológico, a mama tem como principal função a amamentação, já culturalmente representa a passagem da puberdade, a feminilidade e a realização materna, haja vista o rito do primeiro sutiã e a ideia que a amamentação é um dos momentos de maior ligação de afetividade entre mãe e bebê.
Assim sendo, fica claro o quanto a mulher, seja por qualquer uma dessas razões ou ainda outras de cunho íntimo e desconhecido, tem uma relação tão profunda com as suas mamas e porque a reconstrução mamária, incluindo a reconstrução do complexo areólo-papilar podem ser fundamentais do retorno à vida social e sexual da mulher pós mastectomia.
A reconstrução mamária
Devemos primeiro entender que a reconstrução mamária tem como principal objetivo restaurar a mama retirada, total ou parcialmente, devido a uma neoplasia da mama.
A principal referência estética dessa reconstrução é mama não atingido pela anomalia celular e que se encontra intacto. Os parâmetros básicos são textura, forma e coloração, mas por melhor que seja o cirurgião plástico e as técnicas utilizadas sempre há o risco, por menor que seja, do resultado ficar aquém da expectativa da paciente.
Alguns médicos afirmam que somente a recusa da mulher pode ser motivo da não realização do procedimento, já que não há indicativos referentes a interferências negativas em relação a tratamentos posteriores a mastectomia como a quimioterapia ou um possível mascaramento de uma recidiva (retorno da doença). Ainda assim um acompanhamento psicológico é imprescindível para a aceitação ou não da cirurgia plástica e aceitando-a o acompanhamento terapêutico se faz totalmente necessário.
Os métodos são variados e a busca é pelo que melhor se adeque a situação da mama e a expectativa da paciente. O processo é longo e mais de uma cirurgia é necessária, podendo se chegar a mais de um ano, vamos partir do entendimento que todas as etapas anteriores da reconstrução mamária foram cumpridas e é chegada a hora da reconstrução do complexo areólo-papilar.
A fase da reconstrução do complexo areólo-papilar
vista que ela é não só a fase final, mas uma fase de grande importância estética e valor psicossocial.
O consenso médico a indica a realização em cerca de dois a três meses (podendo esperar até 6 meses) após os demais procedimentos anteriores que é quando se atinge a simetria mamária e ela estará em sua posição final.
As técnicas mais comuns de realização da reconstrução do complexo areólo-papilar são:
- Para a reconstrução do mamilo:
- Uso de retalho local com ou sem de enxerto de fragmento de cartilagem para manter sua projeção.
- Uso de enxerto de parte do mamilo contralateral, quando o mesmo é hipertrofiado.
- Uso de enxerto de lóbulo de orelha.
- Para a reconstrução da aréola
- Uso de enxerto de pele da aréola contralateral, quando a mesma é hipertrofiada.
- Uso de enxerto de pele da raiz da coxa.
- Uso de enxerto de pele da axila.
- Uso de enxerto de mucosa dos pequenos lábios vaginais.
- Micropigmentação.
Qualquer que seja a decisão da mulher ela precisa ser respeitada, e uma vez decidida pela reconstrução mamária e reconstrução do complexo areólo-papilar é preciso muita pesquisa, informação e ajuda psicológica.
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